O entrevistado do momento é o campeão mundial amador J.Urdan. Local do Leme, vem mostrando há muito tempo que não são todos os brasileiros que pensam apenas em competições e acabam esquecendo da famosa "linha de onda" e do estilo. Nessa entrevista informal, J.Urdan fala um pouco sobre sua vida e seus planos no bodyboarding.
LIQUIDE: Olá J.Urdan, primeiramente explique seu nome!
J.Urdan: Cara, é uma longa história. Mas vou tentar resumir aqui. Então Nicholas, o Anute estava dando problemas (por ser sírio libanês) e o bicho pegava quando eu tentava sair do Brasil. Sempre me dava trabalho, principalmente nos EUA. Volta e meia eu estava na salinha da alfândega. Quando meu visto foi negado, resolvi mudar logo tudo. E como eu também estava precisando de uma motivação no esporte, mudei de sobrenome. Passei a usar o ultimo abreviado, que é Urdangarin.
LIQUIDE: Bem, entendido o nome, gostaria de saber da sua historia no bodyboard. Quando vc foi campeão mundial e o que mudou de lá para cá?
J.Urdan:
Tudo mudou, fui para o Hawaii antes de competir e ninguém me conhecia, só sabiam que eu era o novo brasileiro que surfava bem mas depois do mundial, caramba, fui para Califórnia competir e direto para Hawaii. Todos vinham me dar os parabêns, Mike Stewart, Ben Severson, Haoule Reeves, Spencer Skeeper, Manny Vargas,... Foi irado. Depois disso, virei profissional, patrocínios fortes apareceram, dinheiro entrando, etc... E eu era um moleque, tudo aconteceu muito rapido e foi só administrar e ir consolidando a carreira. Vieram na sequencia 3 títulos brasileiros e 2 estaduais. E foi indo. Hoje em dia estou mais empolgado com o freesurf e campeonatos em ondas perfeitas.
LIQUIDE: Sabemos que voce tem patrocinio da 5C Bodyboards, Qual é a importancia de uma marca gringa apostar no bodyboard brasileiro?
J.Urdan: Acho extremamente importante grandes marcas como a 5C entrarem no País. Isso nos consolida mais e faz com que as marcas brasileiras corram atrás de pelo menos tentar fazer uma prancha parecida com as gringas. Não sou de proteger nada de fora, mas convenhamos, tá braba a qualidade das pranchas feitas no Brasil, poucas se salvam. A 5C é umas das melhores boards que já tive, elas são feitas na mesma fábrica dos maiores fabricantes atuais. Eu acho que só temos a ganhar com a entrada de boas pranchas, boas equipes e acho o trabalho da 5C muito bacana. Os caras valorizam muito o Freesurf, querem só que eu faça oque eu sei melhor fazer nesse mundo, pegar onda de Bodyboarding!
LIQUIDE: Parabéns por essa conquista, mas agora, qual é o seu objetivo com o bodyboarding?
J.Urdan: Divulgar ao máximo a busca pelo que temos de mais bonito no bodyboarding, o estilo. Me gratifica muito ver novos talentos como vocês da Liquide, Nicholas Bastos, Renan Faccini, Mini Craque, Mateus Costa, Felipe Mendes, Ganzinho... São poucos ainda, mas é irádo ver no Brasil neguinho se preocupando com ESTILO BONITO. De uma certa forma isso é reflexo do trabalho que venho realizando em toda minha carreira, sempre divulgar o estilo no nosso país. Me desconforta muito ler os blogs de certas ''estrelas gringas'' e ver que nos esculacham. Falando que não sabemos pegar onda e tal, po na boa, não generaliza que não é bem assim. Então o meu foco é este mesmo, mostrar o brazilian style. Não traço muito plano não, deixo acontecer! Estou com meu site novo agora e terei meu modelo de pranchas, é isso, respirar bodyboarding até partir desta para uma melhor irmãos.
LIQUIDE: Entendi.. Nós da liquide pensamos parecido. Bem, o que voce acha que precisa mudar na competiçao carioca?
J.Urdan: Só carioca? Acho que no país todo cameponato tá ficando chato. Tem que ter uma escolha melhor de picos, nos valorizar mais. O campeonato é para os atletas e não para os organizadores. Acho que PROFISSIONAL não tem que competir em ondas que pelo amor de Deus né. Acho que temos picos excelentes aqui no país. Não é à toa que o Matt Lackey sai da Autralia várias vezes por ano e vem surfar aqui. Potencial nós temos, mas querem fazer os camps para os patrocinadores e não para a gente. De que adianta competir nestas ondas como Rio das Ostras, Jacaraipe, mar mexido que o bodyboarder tem que lutar contra a onda, e não mostramos tudo que agente sabe. Eu pelo menos não surfo em campeonatos nem 40% do que sei, as ondas não colaboram. Mas acredito em mudanças. Acho que a Copa Rio tem tudo para não nos decepcionar, começando pelo fato do presidente escutar os atletas já tá de ótimo tamanho. “QUEM TEM QUER BRILHAR E TER MORAL SOMOS NÓS”
LIQUIDE: Por falar em Copa Rio, o que vc está espera ndo do campeonato desse fim de sema na na Laje do Dramim?
J.Urdan: Po vai ser animal, bem por ai. De eventos como este que nós precisamos! Espero que role altas ondas, e pela previsão vemos que isso acontecerá. Quero brilhar muito no Dramimmmmm. Só no JUSTLINE. (risos)
LIQUIDE: E brilha muitsss no Dramim.
LIQUIDE: O que voce acha do blog da liquide e do seu podcast?
J.Urdan: Quanto mais nós tivermos veículos que divulguem o REAL BODYBOARDING, melhor para o esporte! Acho importantíssimo, a internet é um dos maiores meios de divulgação e o vídeo é a melhor ferramenta para este trabalho. Estou super amarradão nestes projetos, como o de vocês da LIQUIDE! E desejo para toda a equipe muita sorte! Bora mostra pra estes “gringos pela saco” que tem gente no Brasil que surfa tão bem quanto eles, ou até melhor!!!! J.Urdan
Fotos por: Beto Paes Leme
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